domingo, 4 de octubre de 2015

domingo, 4 de outubro de 2015

Egito Antigo

A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, em uma área desértica no Nordeste africano.
1. O Egito é um oásis
O Egito Antigo foi uma civilização da antiguidade oriental ao Norte da África, concentrada ao longo do curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país do Egito. Era parte de um complexo de "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as regiões ao Sul do Egito (hoje no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália). Tinha como fronteira Norte o Mar Mediterrâneo, a Oeste o Deserto da Líbia, a leste o Deserto Oriental Africano e a Sul a primeira catarata do rio Nilo.
O Egito Antigo foi umas das primeiras grandes civilizações da antiguidade e manteve durante a sua longa existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com povos estrangeiros tenham sido também uma realidade. O Egito é dividido em períodos históricos: 

Período pré-dinástico (até 3200 a.C.)
Há milhões de anos, vários humanos de diferentes origens ocuparam o vale do Nilo. Com a domesticação de animais e cultivo de plantas, esses grupos se fixaram e formaram aldeias. Com base em interesses comuns, as aldeias foram se juntando em unidades administrativas independentes chamadas nomos. Cada nomo era governado por um único chefe, o monarca que acumulava as funções de líder militar, juiz e rei.
Os nomos, por serem independentes, muitas vezes se reuniam e faziam tarefas importantes como; construir barragens, represas e etc. Os nomos passaram a guerrear entre si, pois na medida em que a povoação crescia, eles faziam guerras para ver quem tomava a posse das terras mais férteis. Ao fim desses conflitos seculares, os vencedores impunham seu domínio aos vencidos, e desse processo resultou a formação de dois reinos: O Baixo Egito, no delta do Nilo e o Alto Egito, no vale do Nilo.
Antigo reinado (3200 a.C. à 2040 a.C.)
A unificação do Egito em 3200 a.C. é tomada como marco inicial do Antigo Reinado. Nesse período, que durou até 2040 a.C., alguns monarcas conseguiram ampliar seus poderes. Embora os faraós continuassem ocupando o trono, na prática, a autoridade nesses nomos era exercida pelos monarcas locais.
Médio reinado (2040 a.C. à 1550 a.C.)
Em 2040 a.C., o faraó Mentuhotep II derrotou os monarcas e concentrou novamente o poder em suas mãos. Essa volta da centralização política é considerada o marco inicial do Médio reinado.
Paralelamente aos conflitos internos com os monarcas, os faraós entraram em disputas com diversos povos vizinhos, principalmente os hicsos. Este acabaram invadindo o Egito, assumindo diretamente o governo da parte Norte do território, e impondo seus domínio sobre os dirigentes da parte Sul.
Novo reinado (1550 a.C. à 1070 a.C.)
Entre os anos de 1580 a.C. e 1550 a.C., os egípcios lutaram contra os hicsos e conseguiram expulsá-los de seu território. A pós a expulsão dos hicsos, considerado o marco inicial do Novo reinado, os governantes do Egito procuraram fortalecer seu poderio militar e conquistar novos territórios. As regiões conquistadas passaram a pagar tributos ao faraó, o que lhe possibilitou um grande acúmulo de riquezas.
Último reinado (1070 a.C. à 332 a.C.)
Apesar de sua força, os faraós continuaram a enfrentar revoltas internas. Por volta de 1070 a.C., líderes religiosos rebelaram-se contra o governo central e acabaram assumindo o poder. Esse acontecimento é considerado o marco inicial do último reinado, caracterizado por invasões dos assírios e dos persas ao território controlado pelos egípcios.
Período das invasões (332 a.C. à 30 a.C.)
Em 332 a.C., O Egito foi invadido pelos macedônios, acabando com o Último reinado. Em 30 a.C., o Egito caiu sob o domínio dos romanos.
2. A formação do Estado no Egito
Os primeiros habitantes chegaram as margens do rio Nilo há cerca de 7 mil anos atrás. A maioria da população trabalhava na criação de animais e na agricultura. A concentração das atividades agrícolas naquela região devia-se pela grande quantidade de água, e por suas cheias. Uma vez por ano o Nilo transbordava e inundava os terrenos ao seu redor. Quando as águas baixavam, deixavam sobre o solo uma camada de lama escura rica em nutrientes. Isso tornava a terra fértil, facilitando o crescimento de plantas.
O próprio nome Egito, pelo qual ficou conhecida a região em torno do Nilo significa “terra preta” ou “terra fértil”. Aproveitando-se dessa fertilidade, os agricultores reuniam-se para semear a terra. Eles cultivavam vegetais, como trigo e cevada. Também criavam animais, como bois, gansos e praticavam a pesca.
Produção de excedentes
Os agricultores e pastores construíram suas casas próximas umas das outras, provavelmente para facilitar a realização de suas atividades econômicas, bem como para se defender de possíveis inimigos.
De início, essas aldeias abrigavam grupos familiares que produziam apenas para a própria subsistência. Entretanto, a ocorrência de grandes colheitas resultou na geração de excedentes. O excedente podia ser guardado, e parte era destinada ao consumo nos períodos de grandes cheias, quando não se podia plantar e nem colher.
Com a existência de excedentes, alguns habitantes das aldeias ficaram liberados dos trabalho na agricultura. Eles passaram então a se dedicar a outras atividades que interessavam a todos, como a confecção de utensílios doméstico e instrumentos de trabalho.
Em um primeiro momento, os artesãos criaram objetos de pedra, mas logo passaram a trabalhar o cobre e, mais tarde, o bronze e o ferro.
O Comércio
A produção de excedentes também possibilitou a ampliação das trocas de produtos entre os habitantes de uma aldeia, ou mesmo entre os habitantes de aldeias diferentes. Essas trocas tornaram-se mais frequentes, criando a necessidade de locais específicos para a realização. Assim, formaram-se os mercados. Com o passar do tempo, algumas pessoas passaram a intermediar as trocas de alimentos e produtos artesanais, dando origem a atividade comercial. A forma de pagamento utilizada nessa intermediação era variada: pagava-se com cabeças de gado, produtos artesanais, objetos metálicos ou quantidades de metal.
Com as novas atividades econômicas e a especialização do trabalho, a organização social das aldeias tornou-se mais complexa. Alguns grupos passaram a ter melhores condições econômicas que outros. O aumento dessa diferença entre os grupos gerou diversos conflitos.
As cidades
Essa complexidade de organização econômica e social é uma característica das cidades. Podemos dizer, assim, que, há cerca de 6 mil anos, algumas aldeias egípcias haviam se transformado em cidades.
As cidade no Egito abrigavam comerciante, artesãos e também pessoas que se encarregavam de organizar os contatos e as trocas entre os agricultores e a população urbana. Algumas dessas pessoas eram também líderes guerreiros, que passaram a se impor sobre os demais membros do grupo. Em caso de necessidade, recorriam às armas para implementar suas decisões pela força.
Alguns líderes especializaram-se na coordenação das obras de interesse coletivo, como a construção de depósitos de alimentos, diques e canais de irrigação. Esse tipo de trabalho reunia moradores de várias aldeias e cidades.
A comunidades formadas pela união de aldeias e cidades vizinhas foram chamadas de nomos, e seus líderes, conhecidos como monarcas, ficaram responsáveis por organizar a cooperação entre diversos núcleos. Ao final desse processo, que teria ocorrido há cerca de 6 mil anos, os egípcios haviam criado uma forma de organização caracterizada pela existência de um grupo de pessoas especializadas no comando das atividades de interesse coletivo.
3. A consolidação do Estado no Egito
A sociedade do Egito Antigo encontrava-se dominada pelo Faraó e por uma aristocracia hereditária, formada pela família real, pelos altos sacerdotes, funcionários e chefes militares.
Organização política e administrativa
Cada nomo egípcio constituía um Estado independente, pois tinha organização política e administrativa própria. A partir de 4000 a. C., aproximadamente, os monarcas reforçaram seu poder organizando um conjunto de funcionários especializados na administração de obras públicas, no julgamento de disputas e na elaboração de regras de convivência.
Alguns desses funcionários eram responsáveis pela cobrança de impostos, que eram pagos pelos agricultores com parte de sua produção. A arrecadação era utilizada para financiar a realização de obras coletivas. Havia também funcionários militares, encarregados da defesa contra ataques de outros nomos ou povos, e também de reprimir as revoltas daqueles que não aceitavam as decisões dos monarcas.
Inicialmente, as pessoas que faziam parte desse grupo de dirigentes eram escolhidos pelos habitantes de cada nomo por sua bravura, liderança religiosa ou sabedoria. Contudo, esses dirigentes logo passaram a usar seus prestígio para manter o poder em suas mãos e nas de seus descentes. Tratar também de garantir para si e para seus familiares o controle das terras mais férteis.
A desigualdade social
O controle das terras assegurou aos monarcas e a seus funcionários uma parcela maior e melhor dos alimentos produzidos. Comercializando os excedentes, eles obtinham riqueza e elevavam sua condição de vida. Esse processo ampliou as diferenças na situação econômica e social dos habitantes dos nomos.
A desigualdade social gerou conflitos e questionamentos sobre a autoridade dos monarcas e de seus funcionários. Para manter-se no poder, eles reforçaram o controle militar, reprimindo os descontentes.
As armas também foram utilizadas nas disputas entre os vários nomos pela posse das terras mais férteis. Os sucessivos conflitos acabaram resultando na dominação de alguns nomos sobre os demais. Esse processo, que ocorreu por volta de 3500 a.C., levou à formação de dois grandes Estados na região em torno do Nilo, Chamados e Alto Egito e Baixo Egito.
A unificação do Egito
O Baixo Egito era localizado ao Norte, compreendia os nomos próximos à foz do rio. Nessa área, o rio formava um delta (dividia-se em vários canais), em torno dos quais a terra era muito fértil. O alto Egito era ao Sul, concentrando-se na estreita faixa de terra fertilizada pelas cheias do Nilo.
Os governantes do Baixo e Alto Egito mantiveram-se em conflitos constantes pelo controle das terras mais férteis. Em 3200 a.C., aproximadamente, Menés (governante do Alto Egito) conquistou o Baixo Egito e unificou toda a faixa em torno do Nilo.
Com a unificação dos dois Estados, o poder concentrou-se nas mãos de um só governante, que mais tarde recebeu o título de faraó. O faraó transmitia o poder a seus filhos, constituindo uma dinastia, denominação dada à série de soberanos pertencentes a uma mesma família.
Para representar a unificação dos Alto e Baixo Egito, os faraós costumavam utilizar nas cerimônias públicas duas coroas: a branca (simbolizava o Baixo Egito) e a vermelha (simbolizava o alto Egito). Além disso, empunhavam um leque, emblema do Baixo Egito, e um cajado, emblema do Alto Egito.
Conflitos pelo poder
Com a unificação do Egito, os nomos tornaram-se províncias e os monarcas passaram a ser funcionários submetidos ao governo centralizado do faraó. Contudo, eles não aceitavam a perda de sua autonomia. Em vários momentos, os monarcas combateram a centralização do poder nas mãos do faraó e procuraram retomar o controle do nomos. Em muitos casos, os conflitos entre os monarcas e o faraó levaram à queda de uma dinastia. Por essa razão, no decorrer da história do Egito antigo, sucederam-se dezenas de dinastias.
4. A importância da religião no Egito
A religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A prática religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os rituais e cerimônias ocorriam em diversas cidades. A religião egípcia teve grande influência em várias áreas da sociedade.

Características da religião egípcia
Os egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas. Havia também deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça de chacal num corpo de ser humano.
Os egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas.
No Egito Antigo existiam diversos templos, que eram construídos em homenagem aos deuses. Cada cidade possuía um deus protetor.

Outra característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração.

Os deuses
No Egito Antigo, as pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários deuses. Estas divindades possuíam algumas características (poderes) acima da capacidade humana. Poderiam, por exemplo, estar presente em vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas (até mesmo de animais) e interferir diretamente nos fenômenos da natureza. As cidades do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e pedidos da população local.
Tot: Sabedoria, conhecimento, representante da Lua
Anúbis: Os mortos e o submundo
Bastet: Fertilidade, protetora das mulheres grávidas
Hathor: Amor, alegria, dança, vinho, festas
Hórus: Céu
Khnum: Criatividade, controlador das águas do rio Nilo
Maat: Justiça e equilíbrio
Sekhmet: Poderosa, deusa da vingança
Ptah: Obras feitas em pedra
Seth: Tempestade, mal, desordem e violência
Sobek: Paciência, astúcia
Osíris: Vida após a morte, vegetação
Ísis: Amor, magia
Tefnut: Nuvem e umidade
Chu: Ar seco, luz do sol
Geb: Terra
Rá: Sol (principal deus da religião egípcia)
Néfis: Senhora da casa, local para onde o sol retorna (céu noturno)
A vida a pós a morte
Os egípcios antigos tinham uma grande preocupação com a vida após a morte. Por essa razão, davam um tratamento especial aos cadáveres para que não se deteriorassem. O tratamento, conhecido como embalsamento, ou mumificação, consistia na introdução de substâncias capazes de evitar a decomposição do corpo. 
Inicialmente, o embalsamento era privilégio exclusivo do faraó, de seus familiares, dos sacerdotes e dos altos funcionários do Estado. Com o tempo, ele foi estendido aos demais egípcios.
Contudo, nem todos tinham acesso ao tratamento completo, que garantia a preservação do corpo por longo tempo, pois custava caro. Os mortos das famílias menos abastadas, como as dos agricultores e artesãos, tinham apenas a cabeça embalsamada, ficando o restante do corpo sem proteção.
As diferenças sociais também se revelavam nos túmulos. Enquanto os dos trabalhadores eram buracos escavados nas rochas, as tumbas dos altos funcionários e sacerdotes eram construções feitas de pedra, e somente o faraó e seus familiares podiam ser enterrados nas pirâmides.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses. 
A partir do Novo reinado, difundiu-se o costume de depositar no túmulo dos ricos um pequeno cofre com a estatueta de Osíris. Em seu interior eram colocados folhas de papiro, nas quais se gravavam imagens e textos. Os textos incluíam um conjunto de palavras mágicas que deveria ajudar na viagem para a vida após a morte. Por isso ficaram conhecidos como Livro dos Mortos.
Em muitas tumbas foram encontradas pinturas representando o julgamento dos mortos. Os egípcios acreditavam que esse julgamento era feito pelo tribunal de Osíris. Se o indivíduo fosse absolvido, passaria a viver em outro mundo, governado pelo deus dos mortos.

Pirâmide de Gizé
As pirâmides
As pirâmides edificações de pedra que podiam atingir mais de 130 metros de altura, no interior delas eram construídas várias galerias com armadilhas, com o propósito de afastar invasores e saqueadores. As armadilhas impediam principalmente o acesso às câmaras mortuárias, que nas pirâmides mais antigas eram subterrâneas.
Esse tipo de câmara abrigava os sarcófagos, caixas de madeira ou pedra onde eram depositados os corpos mumificados do faraó e de seus familiares. Ao lado dos corpos eram colocados objetos de uso pessoal, que, segundo as crenças egípcias, seriam utilizados na vida após a morte. Era comum, em muitos casos, serem enterrados juntamente com o faraó todos os seus criados. A maioria das pirâmides foi construída no período do Antigo reinado.


Esfinge
Por volta de 2500 a.C., próxima das pirâmides de Gizé, foi construída por ordem do faraó Quéfren, uma gigantesca estátua com com cabeça humana e corpo de leão. 

escrita demótica
A escrita
hieróglifos
O sistema de escrita egípcia surgiu por volta de 3000 a.C., dedicada ao uso religioso, de forma hieroglífica, em monumentos e templos.
Mais tarde, desenvolveu-se outra forma de escrita, mais simples, de forma cursiva, que era utilizada por funcionários do governo especializados em registrar os estoques dos armazéns ou os feitos dos faraós. Essa forma de escrita, conhecida como demótica ou hierática, surgiu e se desenvolveu aproximadamente no mesmo período que a hieroglífica, da qual era derivada.
5. Organização social e econômica do Egito

O sistema social no Egito não difere das demais sociedades. Por volta de 2000 a.C., o Egito apresentava uma complexa organização social. Tinha uma classe privilegiada composta por poucos: a classe diretiva (faraó), altos funcionários do Estado (burocratas e altos militares), sacerdotes e os grandes comerciantes. A grande maioria que era dominada pelo primeiro grupo, era quem realmente gerava riqueza para o reino composta pelos: camponeses, pescadores e artesãos.


Faraó
Na civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Tudo no Egito era patrimônio do faraó. Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas, militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino.
Ainda em vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros. No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utiliza-la para julgar os mortos. Exemplos de faraós famosos e suas realizações:
Tutmés I: Conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a região do rio Eufrates.
Tutmés III: Consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de Mitani.
Amen-hotep IV: Mais conhecido como Amenófis IV, tentou reforçar o poder faraônico por meio da religião. Introduziu o monoteísmo e iniciou o culto ao disco solar, Aton, associado ao faraó, em detrimento de Amon, mudando seu próprio nome para Akhenaton.
Tutankamon: O faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu, provavelmente assassinado. Sucessor de  Amenófis IV, reverteu o processo, condenou o culto a Aton e restaurou o culto ao deus tebano Amon.
Ransés II: Em seu governo enfrentou os hititas, disputando as rotas comerciais da região. Conseguiu fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade, morreu com 90 anos e seu governo é considerado o mais importante da história do Egito.


Nobres
Os nobres faziam parte de um grupo privilegiado, de altos funcionários o governo. O mais importante entre esses funcionários era o vizir, como uma espécie de Chefe-de-Governo, agiam em nome do faraó. Eles organizavam e chefiavam a justiça; a administração pública, com a cobrança e impostos e exerciam controle sobre o comércio e outras atividades econômicas. Os nobres eram responsáveis por chefiar os militares, encarregados e organizar a defesa contra os inimigos externos.

Os altos funcionários do Estado controlavam grandes extensões de terra e transmitiam os cargos que exerciam aios seus descentes. Como pagamento por seu trabalho, retinham parte os impostos arrecadados, o que lhes garantia uma vida luxuosa e uma situação social privilegiada.
Sacerdotes
O poder dos sacerdotes estava assentado na grande importância dada à religião e ao culto aos deuses. Os antigos egípcios costumavam visitar os templos dedicados ás divindades com objetivo de fornecer doações e orar pela intervenção divina nos problemas de seu cotidiano. Pediam desde a punição para quem praticava um furto até a interferência do deus em uma briga familiar. No entanto, as pessoas comuns somente poderiam chegar até a entrada do templo. Ali se iniciavam os domínios dos sacerdotes, que recebiam os pedidos e as oferendas e interpretavam as mensagens dos deuses.
Os sacerdotes também eram responsáveis por organizar as procissões e os festivais em homenagens às divindades. Nessas ocasiões, as imagens sagradas eram carregadas pelas ruas doa cidade ou, pelos campos, ou colocadas em uma barca enfeitada para navegar pelo rio Nilo.

Cabia aos sacerdotes administrar as doações dos fiéis. Essas doações eram feitas regularmente pelo faraó e pelos altos funcionários do estado, para que os sacerdotes garantissem, dia e noite, o culto aos deuses. Os antigos egípcios acreditavam que, se não houvesse essa adoração contínua, o mundo entraria em desequilíbrio.

Soldados
Os soldados tinham grande importância na sociedade egípcia. Primeiramente eram encarregados de proteger as cidades de invasões de estrangeiros. Após as guerra contra os hicsos, o Egito tornou-se uma nação belicista, conquistando grandes extensões de terras,possibilitando a formação de um grande exército.A principal função da classe era garantir a segurança do território, escoltas nas expedições por outros países. Logo depois a tecnologia e o exército foram aumentando por necessidade, tornando o exército uma grande e forte máquina de guerra.

No Antigo Egito, o exército era formado por homens egípcios e por mercenários estrangeiros, que viviam de um salário, além de receberem produtos por serviços prestados, podendo receber terras e tesouros pilhados na guerra.

Escribas
Os escribas eram preparados para a função em escolas especiais, onde aprendiam a escrita e a leitura demótica e dos hieróglifos. Eles eram responsáveis por registrar e calcular os estoques de alimentos, a produção agrícola, as atividades comerciais e a cobrança de impostos .
Também se encarregavam de escrever sobre a vida dos faraós, copiar os textos sagrados, poemas, hinos e histórias. Eram eles que eram designados para escrever cartas, pois a grande maioria da população era analfabeta. Os escribas registravam nas paredes internas das pirâmides ou usavam o papiro para escrever dados e textos.
No Egito Antigo, o papiro, que era uma planta, era encontrado nas margens do rio Nilo. Foi muito utilizado pelos egípcios para diversos propósitos. As folhas eram sobrepostas e trabalhadas para serem transformadas numa espécie de papel, conhecido pelo mesmo nome da planta, que ficavam em forma de rolos., que ficavam em forma de rolos.

O papiro tinha outras funções no Egito Antigo. Os artesãos utilizavam a planta para a fabricação de cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações (através da formação de feixes). Era também utilizado como alimento pelas pessoas mais pobres e também para alimentar o gado.

Comerciantes
Durante o Novo reinado, outro grupo ganhou importância: os grandes comerciantes. Nesse período, eles passaram a ominar o comércio com povos vizinhos, o que lhes garantiu o acúmulo de riquezas.
Os pequenos comerciantes navegavam em barcos pequenos, alguns com cabines cobertas de esteiras. Neles transportavam grãos e outros tipos de alimentos plantados pelos camponeses, ou utensílios e instrumentos produzidos pelos artesãos.

Artesãos
Os artesãos trabalhavam para o faraó, nobres e sacerdotes, exerciam várias atividades manufatureira. Eles eram: ourives, joalheiros, ferreiros, fundidores, marceneiros, carpinteiros, beneficiadores do couro, construtores de barcos, confeccionadores e vasos e de tijolos, pedreiros entre outros.
Os artesãos trabalhavam com matérias-primas egípcias, como o papiro e couro e matérias-primas estrangeiras, como perdas preciosas para fazer joias; madeiras, para fazer barcos; pedras, para construções.
Camponeses
A grande maioria da população do Egito Antigo vivia no campo e trabalhava na agricultura, a atividade econômica mais importante a época. Os trabalhadores agrícolas eram chamados de felás.
Os camponeses viviam em aleias próximas ao rio Nilo. As terras que cultivavam eram controladas pelo faraó, pelos dirigentes dos templos ou pelos altos funcionários, a quem tinham que pagar impostos e entregar grande parte dos alimentos produzidos.
Os felás faziam o plantio após a enchente do Nilo, quando as águas recuavam, deixando nas margens do rio com a lama preta que fertilizava o solo. Cultivavam o trigo (utilizado para fazer pão) e cevada (utilizada para fazer cerveja).
Havia também os pescadores que trabalhavam sozinhos na pesca com anzóis ou em grupos, usando enormes redes. Eles navegavam em embarcações feitas por feixes e papiro ligados por cipós. Os peixes o rio Nilo eram um dos alimentos básicos da maioria da população.
A vida dos camponeses era muito dura. Sofriam agressões físicas dos cobradores de impostos, além de plantar e colher, criavam gado e trabalhavam na construção e diques e na abertura de canais. Também podiam ser convocados para trabalhar na construção de pirâmides e templos, nos períodos que as terras estavam alagadas pelo Nilo e não podiam ser cultivadas.
Escravos
Os escravos eram uma classe reduzida na sociedade egípcia, e na maioria das vezes, eram os prisioneiros e guerra, obtidos por meio das conquistas militares. Eles juntamente com os condenados por crimes realizavam as tarefas consideradas inferiores e mais difíceis pelos demais egípcios, como: mineração, atalhamento e pedras, lavagem e preparação de cadáveres para mumificação, transporte de alimentos e a construção de pirâmides.
Curiosamente, eles não viviam em uma condição social relativamente baixa em relação aos seus donos. Os egípcios cuidavam melhor de seus escravos, do que dos estrangeiros que lá apareciam.
Os melhores escravos eram recrutados para compor o exército, além de serem utilizados como intérpretes. Os escravos podiam ser vendidos, alugados ou emprestados.



Mulheres
As mulheres egípcias não ficavam com papéis secundários ou eram excluídas de sua sociedade. Graças a um sistema jurídico igualitário, mulheres e homens tinham o mesmos direitos e deveres. Elas podiam ser médicas, ministras, marinheiras, proprietárias de terras, ser rainhas entre outras atribuições.
Em 1505 a.C., uma delas chegou a ser faraó: Hashepsut, que se declarou filha do deus Amon. Seu governo caraterizou-se por grandes construções e estabelecimento de relações comerciais com outros povos. Outra mulher de destaque foi Nefertite, primeira esposa do faraó Amenófis IV.

sábado, 3 de outubro de 2015

EM 04 DE OUTUBRO 1957, Guerra Fria -  Durante a Corrida Espacial, a  URSS coloca pela primeira vez na órbita terrestre um satélite artificial chamado Sputnik I.

Governo de Jânio Quadros (1961)
O início da década de 1960 foi marcado por conturbações na política brasileira. O presidente Jânio Quadros e seu sucessor João Goulart não eram bem vistos pelos grupos conservadores, que temiam a participação política dos setores populares.

1. A eleição de Jânio Quadros
As eleições de 1960, pela primeira vez se utilizou a televisão em campanha eleitoral. Três candidatos concorreram: Ademar Pereira de Barros, do PSP, desta vez apoiado por Plínio Salgado que, após sucessivas derrotas, desistiu de candidatar-se; o general Henrique Duffles Teixeira Lott, do PSD, apoiado também pelo PTB, que lhe deu o vice, na pessoa de João Belchior Goulart (Jango); Jânio da Silva Quadros, lançado pelo PTN do líder marmiteiro Hugo Borghi, mas recebendo apoio também da UDN, do PDC e do PR.
A economia brasileira em 1960 não estava nada bem. A inflação chegava a 25% ao ano. Para construir Brasília, JK recorreu a empréstimos estrangeiros, fazendo subir vertiginosamente a dívida externa. Na construção da nova capital, pairavam acusações de corrupções com super faturamento das obras e na compra de terrenos.

A campanha de Jânio era pautada na moralização da política, com o lema varre varre, vassourinha. O símbolo de sua campanha foi a vassoura, os apoiadores Jânio Quadros, andavam com as vassouras nas mãos. Com ela, prometia ao povo varrer a corrupção que se alastrava pelo país.

Jânio foi o típico político populista. Seu método político de ação consistia no contato corpo a corpo com a massa de eleitores. Carismático, falava a linguagem que o povo queria ouvir. Jânio afirmava ser independente dos políticos tradicionais e das forças poderosas (capital internacional). Se fosse eleito faria um governo popular.
Os eleitores compraram a ideia de limpar a política e Jânio Quadros venceu as eleições presidenciais de 1960 com cerca de 6 milhões de votos. Para vice presidente foi eleito Jango, da chapa de oposição, que obteve 4 milhões 547 mil votos, contra 4 milhões 237 mil dados a Milton Campos e 2 milhões 137 mil a Ferrari.
2. A presidência de Jânio Quadros
Jânio Quadros foi o primeiro presidente a assumir a presidência da República em Brasília, no ano de 1961. Apesar do apoio da UDN, não integrava os principais círculos políticos da época.

Política interna
Ao assumir, Jânio adotou medidas polêmicas, como a proibição das brigas de galo, o uso maiôs cavados nos concursos miss e  de biquínis. Proibiu também o uso de lança-perfume, utilizados nos bailes de carnaval, demonstrando que seu governo tinha perfil moralizador que intervinha diretamente na vida das pessoas. Ao mesmo tempo, investiu numa campanha moralista de investigação de escândalos de corrupção.

Política econômica
Jânio adotou uma política de combate à inflação que agradava ao FMI. Para controlar os gastos públicos,  reduziu a participação do Estado na economia. Ao assumir, cancelou os subsídios que o Estado brasileiro concedia, para abater parte das despesas com a importação de trigo e petróleo, resultado: logo no início de seu mandato, os preços do pão e combustíveis aumentaram em 100%. Entre as medidas econômicas impopulares de seu governo estavam o congelamento dos salários e a diminuição do crédito como forma de restringir o consumo e frear a elevação dos preços.
A opinião pública comentava as práticas do presidente em seu cotidiano, que atraía a atenção ao dar ordens a seus assessores e ministros por meio de bilhetes. Além disso, Jânio não conquistou o apoio da maioria no Congresso. Suas medidas polêmicas e contraditórias colaboravam para 

Política internacional
No plano internacional, Jânio adotou um conjunto de medias denominado Política Externa Independente (PEI). Por meio desta política, o Brasil deveria ter um comportamento autônomo no cenário internacional. Assim, o governo restabeleceu relações diplomáticas com a URSS e com a República Popular da China (comunista), o que desagradou os EUA.
Um dos gestos mais polêmicos do seu governo, foi a condecoração do líder revolucionário Ernesto Che Guevara com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul. Os conservadores brasileiros, de orientação anticomunista, temiam a aproximação do governo brasileiro de países socialistas.
O medo do comunismo

No contexto da Guerra Fria, as divisões políticas internacionais se repetiam internamente no Brasil. Os setores liberais, alinhados com os princípios da economia capitalista, eram favoráveis à política norte-americana. Os setores que defendiam um projeto nacional-desenvolvimentista e estavam vinculados aos trabalhadores eram associados aos comunistas.


3. A renúncia de Jânio Quadros
Jânio não possuía uma linha política definida. Desgravada tanto a sua base, ameaçava criar uma lei para controlar as remessas de lucros das multinacionais para o exterior, quanto sua oposição, adotando medidas liberais. Assim, em poucos meses, o presidente perdeu boa parte de sua base parlamentar no Congresso Nacional. Seu próprio partido, e a UDN, o abandonou. A oposição, representada pelo PTB-PSD, controlava o Congresso Nacional. Por esses motivos, Jânio não conseguia aprovar suas propostas.
 Sob muitas críticas contra o seu governo, com menos de sete meses na presidência, em 25 de agosto de 1961 (uma sexta-feira), em um bilhete manuscrito dirigido ao Congresso Nacional, anunciou sua renúncia à Presidência da República. Alegou forças ocultas o que impediam do governar.

O “tiro que saiu pela culatra”
Acredita-se que Jânio escolheu aquele dia porque não haveria quórum para votar a medida. O fato seria explorado pela imprensa, e o povo sairia às ruas clamando sua permanência. Mantido no poder, Jânio poderia governar sem depender do Congresso. Até a viagem de Jango, para o local mais longe possível (China), foi planejado. O vice-presidente não estaria no país para assumir a presidência.
Mas não foi o que aconteceu. O Congresso aceitou o pedido de renúncia, e população reagiu com indiferença à decisão do presidente.  E o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a presidência, devido a ausência do vice-presidente, que estava em a China

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

EM 03 DE OUTUBRO DE 1930 - Revolução de 1930, Inicia no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Paraíba, liderada por Getúlio Vargas, da Aliança Liberal, o partido de oposição. A revolução que iria acabar com a política do Café com Leite.

Semana de Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, no período entre 11 de fevereiro e 18 de fevereiro no Teatro Municipal de São Paulo, na mesma cidade. Durante os sete dias que de exposição, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano. Foram expostos quadros e artes consideradas modernista, em relação a época, foram apresentadas poesia, música e palestras sobre a modernidade, que deixou alguns ilustres escritores e artistas de renome indignados.
1. Modernismo pelo mundo
A industrialização, os avanços tecnológicos do final do século XIX e início do XX, contribuíram para a urbanização de muitas nações. As populações das grandes cidades mudaram seus costumes e as artes acompanharam estas mudanças.
As inovações da II Revolução Industrial, estimularam o consumo capitalista ainda mais. A fabricação em série diminuiu os custos do produto final, estimulando o comércio. Inventos como como o telégrafo, telefone, rádio, cinema, navio a vapor, estradas de ferro e automóvel aproximaram as pessoas. A fotografia, substituía os quadros de retrato. Além de ser novidade, mais barata representava uma realidade maior que a pintura. Neste contexto, os pintores tiveram que inovar, pararam de tentar imitar a realidade e sim interpretara a realidade, um grande exemplo é o pintor espanhol Pablo Picasso.
Em Guernica, Pablo Picasso demonstra os horrores do bombardeio de sua cidade durante a Guerra Civil Espanhola, ao mesmo tempo  que expõe os avanços tecnológicos do período.
Picasso é um pintor que adotou o estilo chamado de cubismo, devido suas formas geométricas. Contudo surgiram outras formas de expressão de arte, como o impressionismo e o dadaísmo. Estas novos estilos, são chamados de vanguardistas, pois trouxeram uma nova forma de representar a realidade.
O surgimento das grandes cidades, com suas características, juntamente com o contato entre as diversas classes sociais, foram um prato cheio para os artistas da época. Estes novos modos de vida, trouxeram novas percepções da realidade, muito bem captada pelos artistas. Os artistas da época se interessavam pelo presente, descrevendo as mudanças sociais e pelo futuro, por aquilo que era moderno, por isto ficaram conhecidos como modernistas.
Outro fato inovador, do movimento modernista, foi a forma com que trataram a cultura "periférica", produzida fora do eixo Europa-EUA. O que antes era tratado como  arte primitiva, recebeu atenção especial pelos vanguardistas.
2. Modernismo brasileiro
O movimento modernista surgiu em um contexto repleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços para destruir suas idéias, em plena vigência da República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em suas preferências artísticas.
Anita Malfatti, que chegara da Europa, vivenciou no velho continente experiências vanguardistas que marcaram intensamente seu trabalho. Em 1917, ela realizou, o que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de grandes críticas de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna, que se realizaria 5 anos depois.

Uma nova forma de arte
Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas brasileiros. Tarsila do Amaral juntou-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, formando o "Grupo dos Cinco", que lançou a Semana de Arte Moderna e demostrou toda esta inovação ao público brasileiro. 
Abaporu, de Tarcila do Amaral
A Semana representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora na ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos. Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”, como informava o Correio Paulistano a 29 de janeiro de 1922.
A Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade artística brasileira própria e de uma maneira mais livre de expressão. Sob a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. Novos conceitos foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de Andrade na literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura. Contudo, como toda inovação, não foi bem aceita pela elite econômica da época.
Uma semana de exposições
A Semana de Arte Moderna, foi realizada  no Theatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Cada dia correspondia a um festival: pintura e escultura; literatura e poesia; música.

Operários, de Tarcila do Amaral
Pintura e escultura
No dia 13, Graça Aranha proferiu a conferência A emoção estética na arte, elogiando os trabalhos expostos, ao mesmo tempo que criticava a Academia Brasileira de Letras e exaltava os artistas expositores, como agentes atuantes na "libertação da arte".
Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros.
Daisy , de Victor Brecheret 
Entre os pintores e desenhistas, encontravam-se: Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros. Entre os arquitetos, encontravam-se:  Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel. Entre os escultores, encontravam-se: Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg.
Literatura e poesia
No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas e Mário de Andrade fez uma palestra, chamada de A escrava que não é Isaura, onde se evocava o "belo horrível" e evocava a necessidade do abrasileiramento da língua portuguesa e a volta ao nativismo. Contudo, as maiores emoções ocorrem quando Ronald de Carvalho lê um poema de Manuel Bandeira, o qual não comparecera ao teatro por motivos de saúde, estava com tuberculose, Os sapos, gerando várias manifestações manifestação contrárias do público. Trata-se de uma ironia corrosiva aos parnasianos, que ainda dominavam o gosto do público que reagiu com vaias e gritos interrompendo a sessão. 
Entre os escritores encontravam-se: Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX. 
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
'- Meu pai foi à guerra
- Não foi! - Foi! - Não foi!' O sapo-tanoeiro
Parnasiano aguado
Diz: - 'Meu cancioneiro

É bem martelado*.'
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento* sem joio.
Faço rimas com

Consoantes de apoio.
Vai por cinqüenta anos
Que lhe dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma. Clame a sapataria
Em críticas céticas:
'Não há mais poesia,

Mas há artes poéticas...'
Brada de um assomo
O sapo-tanoeiro:
'A grande arte é como

Lavor de Joalheiro'
Urra o sapo-boi:
'- Meu pai foi rei - Foi!

- Não foi! - Foi! - não foi!'
               Os sapos, de Manuel Bandeira

Música
No dia 17, a reação hostil não poupou nem mesmo Villa-Lobos. A música estava representada por autores consagrados. Entre os músicos, encontravam-se: Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.

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