Aulas On-Line
domingo, 4 de outubro de 2015
Egito Antigo
A
civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo, em uma área
desértica no Nordeste africano.
1. O Egito
é um oásis
O Egito
Antigo foi uma civilização da antiguidade oriental ao Norte da África, concentrada
ao longo do curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país do Egito. Era
parte de um complexo de "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as
regiões ao Sul do Egito (hoje no Sudão, Eritreia, Etiópia e Somália). Tinha
como fronteira Norte o Mar Mediterrâneo, a Oeste o Deserto da Líbia, a leste o
Deserto Oriental Africano e a Sul a primeira catarata do rio Nilo.
O
Egito Antigo foi umas das primeiras grandes civilizações da antiguidade e
manteve durante a sua longa existência uma continuidade nas suas formas
políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos
condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contatos com
povos estrangeiros tenham sido também uma realidade. O Egito é dividido em
períodos históricos:
Período
pré-dinástico (até 3200 a.C.)
Há
milhões de anos, vários humanos de diferentes origens ocuparam o vale do Nilo.
Com a domesticação de animais e cultivo de plantas, esses grupos se fixaram e
formaram aldeias. Com base em interesses comuns, as aldeias foram se juntando
em unidades administrativas independentes chamadas nomos. Cada nomo era
governado por um único chefe, o monarca que acumulava as funções de líder
militar, juiz e rei.
Os
nomos, por serem independentes, muitas vezes se reuniam e faziam tarefas
importantes como; construir barragens, represas e etc. Os nomos passaram a
guerrear entre si, pois na medida em que a povoação crescia, eles faziam
guerras para ver quem tomava a posse das terras mais férteis. Ao fim desses
conflitos seculares, os vencedores impunham seu domínio aos vencidos, e desse
processo resultou a formação de dois reinos: O Baixo Egito, no delta do Nilo e
o Alto Egito, no vale do Nilo.
Antigo
reinado (3200 a.C. à 2040 a.C.)
A
unificação do Egito em 3200 a.C. é tomada como marco inicial do Antigo Reinado.
Nesse período, que durou até 2040 a.C., alguns monarcas conseguiram ampliar
seus poderes. Embora os faraós continuassem ocupando o trono, na prática, a
autoridade nesses nomos era exercida pelos monarcas locais.
Médio
reinado (2040 a.C. à 1550 a.C.)
Em
2040 a.C., o faraó Mentuhotep II derrotou os monarcas e concentrou novamente o
poder em suas mãos. Essa volta da centralização política é considerada o marco
inicial do Médio reinado.
Paralelamente
aos conflitos internos com os monarcas, os faraós entraram em disputas com
diversos povos vizinhos, principalmente os hicsos. Este acabaram invadindo o
Egito, assumindo diretamente o governo da parte Norte do território, e impondo
seus domínio sobre os dirigentes da parte Sul.
Novo
reinado (1550 a.C. à 1070 a.C.)
Entre
os anos de 1580 a.C. e 1550 a.C., os egípcios lutaram contra os hicsos e
conseguiram expulsá-los de seu território. A pós a expulsão dos hicsos,
considerado o marco inicial do Novo reinado, os governantes do Egito procuraram
fortalecer seu poderio militar e conquistar novos territórios. As regiões
conquistadas passaram a pagar tributos ao faraó, o que lhe possibilitou um
grande acúmulo de riquezas.
Último
reinado (1070 a.C. à 332 a.C.)
Apesar
de sua força, os faraós continuaram a enfrentar revoltas internas. Por volta de
1070 a.C., líderes religiosos rebelaram-se contra o governo central e acabaram
assumindo o poder. Esse acontecimento é considerado o marco inicial do último
reinado, caracterizado por invasões dos assírios e dos persas ao território
controlado pelos egípcios.
Período
das invasões (332 a.C. à 30 a.C.)
Em
332 a.C., O Egito foi invadido pelos macedônios, acabando com o Último reinado.
Em 30 a.C., o Egito caiu sob o domínio dos romanos.
2.
A formação do Estado no Egito
Os
primeiros habitantes chegaram as margens do rio Nilo há cerca de 7 mil anos
atrás. A maioria da população trabalhava na criação de animais e na
agricultura. A concentração das atividades agrícolas naquela região devia-se
pela grande quantidade de água, e por suas cheias. Uma vez por ano o Nilo
transbordava e inundava os terrenos ao seu redor. Quando as águas baixavam,
deixavam sobre o solo uma camada de lama escura rica em nutrientes. Isso
tornava a terra fértil, facilitando o crescimento de plantas.
O
próprio nome Egito, pelo qual ficou conhecida a região em torno do Nilo
significa “terra preta” ou “terra fértil”. Aproveitando-se dessa fertilidade,
os agricultores reuniam-se para semear a terra. Eles cultivavam vegetais, como
trigo e cevada. Também criavam animais, como bois, gansos e praticavam a pesca.
Produção
de excedentes
Os
agricultores e pastores construíram suas casas próximas umas das outras,
provavelmente para facilitar a realização de suas atividades econômicas, bem
como para se defender de possíveis inimigos.
De
início, essas aldeias abrigavam grupos familiares que produziam apenas para a
própria subsistência. Entretanto, a ocorrência de grandes colheitas resultou na
geração de excedentes. O excedente podia ser guardado, e parte era destinada ao
consumo nos períodos de grandes cheias, quando não se podia plantar e nem
colher.
Com
a existência de excedentes, alguns habitantes das aldeias ficaram liberados dos
trabalho na agricultura. Eles passaram então a se dedicar a outras atividades
que interessavam a todos, como a confecção de utensílios doméstico e
instrumentos de trabalho.
Em
um primeiro momento, os artesãos criaram objetos de pedra, mas logo passaram a
trabalhar o cobre e, mais tarde, o bronze e o ferro.
A
produção de excedentes também possibilitou a ampliação das trocas de produtos
entre os habitantes de uma aldeia, ou mesmo entre os habitantes de aldeias
diferentes. Essas trocas tornaram-se mais frequentes, criando a necessidade de
locais específicos para a realização. Assim, formaram-se os mercados. Com o
passar do tempo, algumas pessoas passaram a intermediar as trocas de alimentos
e produtos artesanais, dando origem a atividade comercial. A forma de pagamento
utilizada nessa intermediação era variada: pagava-se com cabeças de gado,
produtos artesanais, objetos metálicos ou quantidades de metal.
Com
as novas atividades econômicas e a especialização do trabalho, a organização
social das aldeias tornou-se mais complexa. Alguns grupos passaram a ter
melhores condições econômicas que outros. O aumento dessa diferença entre os
grupos gerou diversos conflitos.
As
cidades
Essa
complexidade de organização econômica e social é uma característica das
cidades. Podemos dizer, assim, que, há cerca de 6 mil anos, algumas aldeias
egípcias haviam se transformado em cidades.

Alguns
líderes especializaram-se na coordenação das obras de interesse coletivo, como
a construção de depósitos de alimentos, diques e canais de irrigação. Esse tipo
de trabalho reunia moradores de várias aldeias e cidades.
A
comunidades formadas pela união de aldeias e cidades vizinhas foram chamadas de
nomos, e seus líderes, conhecidos como monarcas, ficaram responsáveis por
organizar a cooperação entre diversos núcleos. Ao final desse processo, que
teria ocorrido há cerca de 6 mil anos, os egípcios haviam criado uma forma de
organização caracterizada pela existência de um grupo de pessoas especializadas
no comando das atividades de interesse coletivo.
3.
A consolidação do Estado no Egito
A
sociedade do Egito Antigo encontrava-se dominada pelo Faraó e por uma
aristocracia hereditária, formada pela família real, pelos altos sacerdotes,
funcionários e chefes militares.
Organização
política e administrativa
Cada
nomo egípcio constituía um Estado independente, pois tinha organização política
e administrativa própria. A partir de 4000 a. C., aproximadamente, os monarcas
reforçaram seu poder organizando um conjunto de funcionários especializados na
administração de obras públicas, no julgamento de disputas e na elaboração de
regras de convivência.
Alguns
desses funcionários eram responsáveis pela cobrança de impostos, que eram pagos
pelos agricultores com parte de sua produção. A arrecadação era utilizada para
financiar a realização de obras coletivas. Havia também funcionários militares,
encarregados da defesa contra ataques de outros nomos ou povos, e também de
reprimir as revoltas daqueles que não aceitavam as decisões dos monarcas.
Inicialmente,
as pessoas que faziam parte desse grupo de dirigentes eram escolhidos pelos
habitantes de cada nomo por sua bravura, liderança religiosa ou sabedoria.
Contudo, esses dirigentes logo passaram a usar seus prestígio para manter o
poder em suas mãos e nas de seus descentes. Tratar também de garantir para si e
para seus familiares o controle das terras mais férteis.
A
desigualdade social
O
controle das terras assegurou aos monarcas e a seus funcionários uma parcela
maior e melhor dos alimentos produzidos. Comercializando os excedentes, eles
obtinham riqueza e elevavam sua condição de vida. Esse processo ampliou as
diferenças na situação econômica e social dos habitantes dos nomos.
A
desigualdade social gerou conflitos e questionamentos sobre a autoridade dos
monarcas e de seus funcionários. Para manter-se no poder, eles reforçaram o
controle militar, reprimindo os descontentes.

A
unificação do Egito
O
Baixo Egito era localizado ao Norte, compreendia os nomos próximos à foz do
rio. Nessa área, o rio formava um delta (dividia-se em vários canais), em torno
dos quais a terra era muito fértil. O alto Egito era ao Sul, concentrando-se na
estreita faixa de terra fertilizada pelas cheias do Nilo.
Os
governantes do Baixo e Alto Egito mantiveram-se em conflitos constantes pelo
controle das terras mais férteis. Em 3200 a.C., aproximadamente, Menés
(governante do Alto Egito) conquistou o Baixo Egito e unificou toda a faixa em
torno do Nilo.
Com
a unificação dos dois Estados, o poder concentrou-se nas mãos de um só
governante, que mais tarde recebeu o título de faraó. O faraó transmitia o
poder a seus filhos, constituindo uma dinastia, denominação dada à série de
soberanos pertencentes a uma mesma família.
Para
representar a unificação dos Alto e Baixo Egito, os faraós costumavam utilizar
nas cerimônias públicas duas coroas: a branca (simbolizava o Baixo Egito) e a
vermelha (simbolizava o alto Egito). Além disso, empunhavam um leque, emblema
do Baixo Egito, e um cajado, emblema do Alto Egito.
Conflitos
pelo poder
Com
a unificação do Egito, os nomos tornaram-se províncias e os monarcas passaram a
ser funcionários submetidos ao governo centralizado do faraó. Contudo, eles não
aceitavam a perda de sua autonomia. Em vários momentos, os monarcas combateram
a centralização do poder nas mãos do faraó e procuraram retomar o controle do
nomos. Em muitos casos, os conflitos entre os monarcas e o faraó levaram à
queda de uma dinastia. Por essa razão, no decorrer da história do Egito antigo,
sucederam-se dezenas de dinastias.
A
religião no Egito Antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A
prática religiosa era muito valorizada na sociedade egípcia, sendo que os
rituais e cerimônias ocorriam em diversas cidades. A religião egípcia teve
grande influência em várias áreas da sociedade.
Características
da religião egípcia
Os
egípcios eram politeístas (acreditavam em vários deuses). De acordo com este
povo, os deuses possuíam poderes específicos e atuavam na vida das pessoas.
Havia também deuses que possuíam o corpo formado por parte humana e parte de
animal sagrado. Anúbis, por exemplo, deus da morte, era representado com cabeça
de chacal num corpo de ser humano.
Os
egípcios antigos faziam rituais e oferendas aos deuses. Era uma forma de
conseguirem agradar aos deuses, conseguindo ajuda em suas vidas.

Outra
característica importante da religião egípcia era a crença na vida após a
morte. De acordo com esta crença, o morto era julgado no Tribunal de Osíris. O
coração era pesado e, de acordo com o que havia feito em vida, receberia um
julgamento. Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut
devoraria o coração.
Os deuses
No Egito Antigo, as
pessoas seguiam uma religião politeísta, ou seja, acreditavam em vários
deuses. Estas divindades possuíam algumas características (poderes)
acima da capacidade humana. Poderiam, por exemplo, estar presente em
vários locais ao mesmo tempo, assumir várias formas (até mesmo de
animais) e interferir diretamente nos fenômenos da natureza. As cidades
do Egito Antigo possuíam um deus protetor, que recebia oferendas e
pedidos da população local.
Tot:
Sabedoria, conhecimento, representante da Lua
Anúbis: Os
mortos e o submundo
Bastet:
Fertilidade, protetora das mulheres grávidas
Hathor:
Amor, alegria, dança, vinho, festas
Hórus: Céu
Khnum:
Criatividade, controlador das águas do rio Nilo
Maat:
Justiça e equilíbrio
Sekhmet:
Poderosa, deusa da vingança
Ptah:
Obras feitas em pedra
Seth:
Tempestade, mal, desordem e violência
Sobek:
Paciência, astúcia
Osíris:
Vida após a morte, vegetação
Ísis:
Amor, magia
Tefnut:
Nuvem e umidade
Chu: Ar
seco, luz do sol
Geb: Terra
Rá: Sol
(principal deus da religião egípcia)
Néfis:
Senhora da casa, local para onde o sol retorna (céu noturno)
Os
egípcios antigos tinham uma grande preocupação com a vida após a morte. Por
essa razão, davam um tratamento especial aos cadáveres para que não se deteriorassem.
O tratamento, conhecido como embalsamento, ou mumificação, consistia na
introdução de substâncias capazes de evitar a decomposição do corpo.
Inicialmente,
o embalsamento era privilégio exclusivo do faraó, de seus familiares, dos
sacerdotes e dos altos funcionários do Estado. Com o tempo, ele foi estendido
aos demais egípcios.
Contudo,
nem todos tinham acesso ao tratamento completo, que garantia a preservação do
corpo por longo tempo, pois custava caro. Os mortos das famílias menos
abastadas, como as dos agricultores e artesãos, tinham apenas a cabeça
embalsamada, ficando o restante do corpo sem proteção.
As
diferenças sociais também se revelavam nos túmulos. Enquanto os dos
trabalhadores eram buracos escavados nas rochas, as tumbas dos altos
funcionários e sacerdotes eram construções feitas de pedra, e somente o faraó e
seus familiares podiam ser enterrados nas pirâmides.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses.
O reino dos mortos era regido por Osíris. Para atingir este reino, o espírito, chamado de ka pelos egípcios, passaria por uma série de provações. No final, seu ka passaria por uma avaliação dos deuses.
A partir
do Novo reinado, difundiu-se o costume de depositar no túmulo dos ricos
um pequeno cofre com a estatueta de Osíris. Em seu interior eram
colocados folhas de papiro, nas quais se gravavam imagens e textos. Os
textos incluíam um conjunto de palavras mágicas que deveria ajudar na
viagem para a vida após a morte. Por isso ficaram conhecidos como Livro
dos Mortos.
Em muitas tumbas
foram encontradas pinturas representando o julgamento dos mortos. Os
egípcios acreditavam que esse julgamento era feito pelo tribunal de
Osíris. Se o indivíduo fosse absolvido, passaria a viver em outro mundo,
governado pelo deus dos mortos.![]() |
Pirâmide de Gizé |
As pirâmides
As
pirâmides edificações de pedra que podiam atingir mais de 130 metros de
altura, no interior delas eram construídas várias galerias com
armadilhas, com o propósito de afastar invasores e saqueadores. As
armadilhas impediam principalmente o acesso às câmaras mortuárias, que
nas pirâmides mais antigas eram subterrâneas.
Esse tipo
de câmara abrigava os sarcófagos, caixas de madeira ou pedra onde eram
depositados os corpos mumificados do faraó e de seus familiares. Ao lado
dos corpos eram colocados objetos de uso pessoal, que, segundo as
crenças egípcias, seriam utilizados na vida após a morte. Era comum, em
muitos casos, serem enterrados juntamente com o faraó todos os seus
criados. A maioria das pirâmides foi construída no período do Antigo
reinado.

Esfinge
Por volta de 2500 a.C., próxima das pirâmides de Gizé, foi construída por ordem do faraó Quéfren, uma gigantesca estátua com com cabeça humana e corpo de leão.

Esfinge
Por volta de 2500 a.C., próxima das pirâmides de Gizé, foi construída por ordem do faraó Quéfren, uma gigantesca estátua com com cabeça humana e corpo de leão.
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escrita demótica |
A escrita
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hieróglifos |
5.
Organização social e econômica do Egito
O sistema
social no Egito não difere das demais sociedades. Por volta de 2000 a.C., o
Egito apresentava uma complexa organização social. Tinha uma classe
privilegiada composta por poucos: a classe diretiva (faraó), altos funcionários
do Estado (burocratas e altos militares), sacerdotes e os grandes comerciantes.
A grande maioria que era dominada pelo primeiro grupo, era quem realmente
gerava riqueza para o reino composta pelos: camponeses, pescadores e artesãos.
Faraó
Na
civilização egípcia, os faraós eram considerados deuses vivos. Os egípcios
acreditavam que estes governantes eram filhos diretos do deus Osíris, portanto
agiam como intermediários entre os deuses e a população egípcia.
Tudo no
Egito era patrimônio do faraó. Os impostos arrecadados no Egito concentravam-se
nas mãos do faraó, sendo que era ele quem decidia a forma que os tributos
seriam utilizados. Grande parte deste valor arrecadado ficava com a própria
família do faraó, sendo usado para a construção de palácios, monumentos, compra
de joias, etc. Outra parte era utilizada para pagar funcionários (escribas,
militares, sacerdotes, administradores, etc.) e fazer a manutenção do reino.
Ainda em
vida o faraó começava a construir sua pirâmide, pois está deveria ser o túmulo
para o seu corpo. Como os egípcios acreditavam na vida após a morte, a pirâmide
servia para guardar, em segurança, o corpo mumificado do faraó e seus tesouros.
No sarcófago era colocado também o livro dos mortos, contando todas as coisas
boas que o faraó fez em vida. Esta espécie de biografia era importante, pois os
egípcios acreditavam que Osíris (deus dos mortos) iria utiliza-la para julgar
os mortos. Exemplos de faraós famosos e suas realizações:
Tutmés I:
Conquistou boa parte da Núbia e ampliou, através de guerras, territórios até a
região do rio Eufrates.
Tutmés
III: Consolidou o poder egípcio no continente africano após derrotar o reino de
Mitani.
Amen-hotep IV: Mais conhecido como Amenófis IV, tentou reforçar o
poder faraônico por meio da religião. Introduziu o monoteísmo e iniciou
o culto ao disco solar, Aton, associado ao faraó, em detrimento de
Amon, mudando seu próprio nome para Akhenaton.
Tutankamon:
O faraó menino, governou o Egito de 10 a 19 anos de idade, quando morreu,
provavelmente assassinado. Sucessor de Amenófis IV, reverteu o processo, condenou o culto a Aton e restaurou o culto ao deus tebano Amon.
Ransés II: Em seu governo enfrentou os hititas, disputando as rotas comerciais da região. Conseguiu fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade, morreu com 90 anos e seu governo é considerado o mais importante da história do Egito.
Ransés II: Em seu governo enfrentou os hititas, disputando as rotas comerciais da região. Conseguiu fazer o reino egípcio obter grande desenvolvimento e prosperidade, morreu com 90 anos e seu governo é considerado o mais importante da história do Egito.

Nobres
Os nobres
faziam parte de um grupo privilegiado, de altos funcionários o governo. O mais
importante entre esses funcionários era o vizir, como uma espécie de
Chefe-de-Governo, agiam em nome do faraó. Eles organizavam e chefiavam a
justiça; a administração pública, com a cobrança e impostos e exerciam controle
sobre o comércio e outras atividades econômicas. Os nobres eram responsáveis por
chefiar os militares, encarregados e organizar a defesa contra os inimigos
externos.
Os altos
funcionários do Estado controlavam grandes extensões de terra e transmitiam os
cargos que exerciam aios seus descentes. Como pagamento por seu trabalho,
retinham parte os impostos arrecadados, o que lhes garantia uma vida luxuosa e
uma situação social privilegiada.
Sacerdotes
O poder
dos sacerdotes estava assentado na grande importância dada à religião e ao
culto aos deuses. Os antigos egípcios costumavam visitar os templos dedicados
ás divindades com objetivo de fornecer doações e orar pela intervenção divina
nos problemas de seu cotidiano. Pediam desde a punição para quem praticava um
furto até a interferência do deus em uma briga familiar. No entanto, as pessoas
comuns somente poderiam chegar até a entrada do templo. Ali se iniciavam os
domínios dos sacerdotes, que recebiam os pedidos e as oferendas e interpretavam
as mensagens dos deuses.
Os
sacerdotes também eram responsáveis por organizar as procissões e os festivais
em homenagens às divindades. Nessas ocasiões, as imagens sagradas eram
carregadas pelas ruas doa cidade ou, pelos campos, ou colocadas em uma barca
enfeitada para navegar pelo rio Nilo.
Cabia aos
sacerdotes administrar as doações dos fiéis. Essas doações eram feitas
regularmente pelo faraó e pelos altos funcionários do estado, para que os
sacerdotes garantissem, dia e noite, o culto aos deuses. Os antigos egípcios
acreditavam que, se não houvesse essa adoração contínua, o mundo entraria em
desequilíbrio.
Soldados
Os
soldados tinham grande importância na sociedade egípcia. Primeiramente eram
encarregados de proteger as cidades de invasões de estrangeiros. Após as guerra
contra os hicsos, o Egito tornou-se uma nação belicista, conquistando grandes
extensões de terras,possibilitando a formação de um grande exército.A principal
função da classe era garantir a segurança do território, escoltas nas
expedições por outros países. Logo depois a tecnologia e o exército foram
aumentando por necessidade, tornando o exército uma grande e forte máquina de
guerra.
No Antigo
Egito, o exército era formado por homens egípcios e por mercenários
estrangeiros, que viviam de um salário, além de receberem produtos por serviços
prestados, podendo receber terras e tesouros pilhados na guerra.

Escribas
Os
escribas eram preparados para a função em escolas especiais, onde aprendiam a
escrita e a leitura demótica e dos hieróglifos. Eles eram responsáveis por
registrar e calcular os estoques de alimentos, a produção agrícola, as
atividades comerciais e a cobrança de impostos .

No Egito
Antigo, o papiro, que era uma planta, era encontrado nas margens do rio Nilo.
Foi muito utilizado pelos egípcios para diversos propósitos. As folhas eram
sobrepostas e trabalhadas para serem transformadas numa espécie de papel,
conhecido pelo mesmo nome da planta, que ficavam em forma de rolos., que
ficavam em forma de rolos.
O papiro
tinha outras funções no Egito Antigo. Os artesãos utilizavam a planta para a
fabricação de cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações (através da
formação de feixes). Era também utilizado como alimento pelas pessoas mais
pobres e também para alimentar o gado.
Comerciantes
Durante o
Novo reinado, outro grupo ganhou importância: os grandes comerciantes. Nesse
período, eles passaram a ominar o comércio com povos vizinhos, o que lhes
garantiu o acúmulo de riquezas.
Os
pequenos comerciantes navegavam em barcos pequenos, alguns com cabines cobertas
de esteiras. Neles transportavam grãos e outros tipos de alimentos plantados
pelos camponeses, ou utensílios e instrumentos produzidos pelos artesãos.
Artesãos
Os
artesãos trabalhavam para o faraó, nobres e sacerdotes, exerciam várias
atividades manufatureira. Eles eram: ourives, joalheiros, ferreiros,
fundidores, marceneiros, carpinteiros, beneficiadores do couro, construtores de
barcos, confeccionadores e vasos e de tijolos, pedreiros entre outros.
Os
artesãos trabalhavam com matérias-primas egípcias, como o papiro e couro e
matérias-primas estrangeiras, como perdas preciosas para fazer joias; madeiras,
para fazer barcos; pedras, para construções.
Camponeses
A grande
maioria da população do Egito Antigo vivia no campo e trabalhava na
agricultura, a atividade econômica mais importante a época. Os trabalhadores
agrícolas eram chamados de felás.
Os
camponeses viviam em aleias próximas ao rio Nilo. As terras que cultivavam eram
controladas pelo faraó, pelos dirigentes dos templos ou pelos altos
funcionários, a quem tinham que pagar impostos e entregar grande parte dos
alimentos produzidos.


Escravos

Curiosamente,
eles não viviam em uma condição social relativamente baixa em relação aos seus
donos. Os egípcios cuidavam melhor de seus escravos, do que dos estrangeiros
que lá apareciam.
Os
melhores escravos eram recrutados para compor o exército, além de serem
utilizados como intérpretes. Os escravos podiam ser vendidos, alugados ou
emprestados.Mulheres
As mulheres egípcias não ficavam com papéis secundários ou eram excluídas de sua sociedade. Graças a um sistema jurídico igualitário, mulheres e homens tinham o mesmos direitos e deveres. Elas podiam ser médicas, ministras, marinheiras, proprietárias de terras, ser rainhas entre outras atribuições.
Em 1505 a.C., uma delas chegou a ser faraó: Hashepsut, que se declarou filha do deus Amon. Seu governo caraterizou-se por grandes construções e estabelecimento de relações comerciais com outros povos. Outra mulher de destaque foi Nefertite, primeira esposa do faraó Amenófis IV.
sábado, 3 de outubro de 2015
Governo de Jânio Quadros (1961)
O
início da década de 1960 foi marcado por conturbações na política brasileira. O
presidente Jânio Quadros e seu sucessor João Goulart não eram bem vistos pelos
grupos conservadores, que temiam a participação política dos setores populares.
1.
A eleição de Jânio Quadros
As
eleições de 1960, pela primeira vez se utilizou a televisão em campanha
eleitoral. Três candidatos concorreram: Ademar Pereira de Barros, do PSP, desta
vez apoiado por Plínio Salgado que, após sucessivas derrotas, desistiu de
candidatar-se; o general Henrique Duffles Teixeira Lott, do PSD, apoiado também
pelo PTB, que lhe deu o vice, na pessoa de João Belchior Goulart (Jango); Jânio
da Silva Quadros, lançado pelo PTN do líder marmiteiro Hugo Borghi, mas
recebendo apoio também da UDN, do PDC e do PR.
A
economia brasileira em 1960 não estava nada bem. A inflação chegava a 25% ao
ano. Para construir Brasília, JK recorreu a empréstimos estrangeiros, fazendo
subir vertiginosamente a dívida externa. Na construção da nova capital,
pairavam acusações de corrupções com super faturamento das obras e na compra de
terrenos.

A
campanha de Jânio era pautada na moralização da política, com o lema varre
varre, vassourinha. O símbolo de sua campanha foi a vassoura, os apoiadores
Jânio Quadros, andavam com as vassouras nas mãos. Com ela, prometia ao povo
varrer a corrupção que se alastrava pelo país.
Jânio
foi o típico político populista. Seu método político de ação consistia no
contato corpo a corpo com a massa de eleitores. Carismático, falava a linguagem
que o povo queria ouvir. Jânio afirmava ser independente dos políticos
tradicionais e das forças poderosas (capital internacional). Se fosse eleito
faria um governo popular.
Os
eleitores compraram a ideia de limpar a política e Jânio Quadros venceu as
eleições presidenciais de 1960 com cerca de 6 milhões de votos. Para vice
presidente foi eleito Jango, da chapa de oposição, que obteve 4 milhões 547 mil
votos, contra 4 milhões 237 mil dados a Milton Campos e 2 milhões 137 mil a
Ferrari.
2.
A presidência de Jânio Quadros
Jânio
Quadros foi o primeiro presidente a assumir a presidência da República em
Brasília, no ano de 1961. Apesar do apoio da UDN, não integrava os principais
círculos políticos da época.
Política
interna
Ao
assumir, Jânio adotou medidas polêmicas, como a proibição das brigas de galo, o
uso maiôs cavados nos concursos miss e
de biquínis. Proibiu também o uso de lança-perfume, utilizados nos
bailes de carnaval, demonstrando que seu governo tinha perfil moralizador que
intervinha diretamente na vida das pessoas. Ao mesmo tempo, investiu numa
campanha moralista de investigação de escândalos de corrupção.
Política
econômica
Jânio
adotou uma política de combate à inflação que agradava ao FMI. Para controlar
os gastos públicos, reduziu a
participação do Estado na economia. Ao assumir, cancelou os subsídios que o
Estado brasileiro concedia, para abater parte das despesas com a importação de
trigo e petróleo, resultado: logo no início de seu mandato, os preços do pão e
combustíveis aumentaram em 100%. Entre as medidas econômicas impopulares de seu
governo estavam o congelamento dos salários e a diminuição do crédito como
forma de restringir o consumo e frear a elevação dos preços.
A opinião pública
comentava as práticas do presidente em seu cotidiano, que atraía a atenção ao
dar ordens a seus assessores e ministros por meio de bilhetes. Além disso,
Jânio não conquistou o apoio da maioria no Congresso. Suas medidas polêmicas e
contraditórias colaboravam para 
Política
internacional
No
plano internacional, Jânio adotou um conjunto de medias denominado Política
Externa Independente (PEI). Por meio desta política, o Brasil deveria ter um
comportamento autônomo no cenário internacional. Assim, o governo restabeleceu
relações diplomáticas com a URSS e com a República Popular da China
(comunista), o que desagradou os EUA.
Um
dos gestos mais polêmicos do seu governo, foi a condecoração do líder
revolucionário Ernesto Che Guevara com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul.
Os conservadores brasileiros, de orientação anticomunista, temiam a aproximação
do governo brasileiro de países socialistas.
O
medo do comunismo
No
contexto da Guerra Fria, as divisões políticas internacionais se repetiam internamente
no Brasil. Os setores liberais, alinhados com os princípios da economia
capitalista, eram favoráveis à política norte-americana. Os setores que
defendiam um projeto nacional-desenvolvimentista e estavam vinculados aos
trabalhadores eram associados aos comunistas.

3.
A renúncia de Jânio Quadros
Jânio
não possuía uma linha política definida. Desgravada tanto a sua base, ameaçava
criar uma lei para controlar as remessas de lucros das multinacionais para o
exterior, quanto sua oposição, adotando medidas liberais. Assim, em poucos
meses, o presidente perdeu boa parte de sua base parlamentar no Congresso
Nacional. Seu próprio partido, e a UDN, o abandonou. A oposição, representada
pelo PTB-PSD, controlava o Congresso Nacional. Por esses motivos, Jânio não
conseguia aprovar suas propostas.
Sob
muitas críticas contra o seu governo, com menos de sete meses na presidência,
em 25 de agosto de 1961 (uma sexta-feira), em um bilhete manuscrito dirigido ao
Congresso Nacional, anunciou sua renúncia à Presidência da República. Alegou
forças ocultas o que impediam do governar.
O
“tiro que saiu pela culatra”
Acredita-se
que Jânio escolheu aquele dia porque não haveria quórum para votar a medida. O
fato seria explorado pela imprensa, e o povo sairia às ruas clamando sua
permanência. Mantido no poder, Jânio poderia governar sem depender do
Congresso. Até a viagem de Jango, para o local mais longe possível (China), foi
planejado. O vice-presidente não estaria no país para assumir a presidência.
Mas
não foi o que aconteceu. O Congresso aceitou o pedido de renúncia, e população
reagiu com indiferença à decisão do presidente.
E o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a
presidência, devido a ausência do vice-presidente, que estava em a China
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna também chamada de Semana de 22, ocorreu em São
Paulo no ano de 1922, no período entre 11 de fevereiro e 18 de fevereiro no
Teatro Municipal de São Paulo, na mesma cidade. Durante os sete dias que de
exposição, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto
artístico e cultural urbano. Foram expostos quadros e artes consideradas
modernista, em relação a época, foram apresentadas poesia, música e palestras
sobre a modernidade, que deixou alguns ilustres escritores e artistas de renome
indignados.
1. Modernismo pelo mundo
A industrialização, os avanços tecnológicos do final do século XIX e
início do XX, contribuíram para a urbanização de muitas nações. As populações
das grandes cidades mudaram seus costumes e as artes acompanharam estas
mudanças.
As inovações da II
Revolução Industrial, estimularam o consumo capitalista ainda mais. A
fabricação em série diminuiu os custos do produto final, estimulando o
comércio. Inventos como como o telégrafo, telefone, rádio, cinema, navio a
vapor, estradas de ferro e automóvel aproximaram as pessoas. A fotografia,
substituía os quadros de retrato. Além de ser novidade, mais barata
representava uma realidade maior que a pintura. Neste contexto, os pintores
tiveram que inovar, pararam de tentar imitar a realidade e sim interpretara a
realidade, um grande exemplo é o pintor espanhol Pablo Picasso.![]() |
Em Guernica, Pablo Picasso demonstra os horrores do bombardeio de sua cidade durante a Guerra Civil Espanhola, ao mesmo tempo que expõe os avanços tecnológicos do período. |
Picasso é um pintor que adotou o estilo chamado de cubismo, devido suas
formas geométricas. Contudo surgiram outras formas de expressão de arte, como o
impressionismo e o dadaísmo. Estas novos estilos, são chamados de
vanguardistas, pois trouxeram uma nova forma de representar a realidade.
O surgimento das grandes cidades, com suas características, juntamente
com o contato entre as diversas classes sociais, foram um prato cheio para os
artistas da época. Estes novos modos de vida, trouxeram novas percepções da
realidade, muito bem captada pelos artistas. Os artistas da época se
interessavam pelo presente, descrevendo as mudanças sociais e pelo futuro, por
aquilo que era moderno, por isto ficaram conhecidos como modernistas.
Outro fato inovador, do movimento modernista, foi a forma com que
trataram a cultura "periférica", produzida fora do eixo Europa-EUA. O
que antes era tratado como arte primitiva, recebeu atenção especial pelos
vanguardistas.
O
movimento modernista surgiu em um contexto repleto de agitações
políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho
histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de
regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem
acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços
para destruir suas idéias, em plena vigência da República Velha,
encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então
dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos
europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e
afrontada em suas preferências artísticas.
Anita Malfatti, que chegara da Europa, vivenciou no velho continente experiências vanguardistas que marcaram intensamente seu trabalho. Em 1917, ela realizou, o que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de grandes críticas de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna, que se realizaria 5 anos depois.
Uma nova forma de arte
Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas brasileiros. Tarsila do Amaral juntou-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, formando o "Grupo dos Cinco", que lançou a Semana de Arte Moderna e demostrou toda esta inovação ao público brasileiro.
Anita Malfatti, que chegara da Europa, vivenciou no velho continente experiências vanguardistas que marcaram intensamente seu trabalho. Em 1917, ela realizou, o que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de grandes críticas de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna, que se realizaria 5 anos depois.
Uma nova forma de arte
Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências europeias, essa era basicamente a intenção dos modernistas brasileiros. Tarsila do Amaral juntou-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, formando o "Grupo dos Cinco", que lançou a Semana de Arte Moderna e demostrou toda esta inovação ao público brasileiro.
![]() |
Abaporu, de Tarcila do Amaral |
A
Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de
novas ideias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma
identidade
artística brasileira própria e de uma maneira mais livre de expressão.
Sob a
inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma
liberdade
criadora sem igual, com o consequente rompimento com o passado. Novos
conceitos
foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de
Andrade na
literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura.
Contudo, como toda inovação, não foi bem aceita pela elite econômica da
época.
Uma semana de exposições
A Semana de Arte Moderna, foi realizada no Theatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Cada dia correspondia a um festival: pintura e escultura; literatura e poesia; música.
A Semana de Arte Moderna, foi realizada no Theatro Municipal de São Paulo, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. Cada dia correspondia a um festival: pintura e escultura; literatura e poesia; música.
No dia 13, Graça Aranha proferiu a conferência A emoção estética na arte, elogiando
os trabalhos expostos, ao mesmo tempo que criticava a Academia
Brasileira de Letras e exaltava os artistas expositores, como agentes
atuantes na "libertação da arte".
Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros.
Entre
os pintores e desenhistas, encontravam-se: Anita Malfatti, Di
Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre
outros. Entre os arquitetos, encontravam-se: Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel. Entre os escultores, encontravam-se: Victor Brecheret, Hildegardo Leão
Velloso e Wilhelm Haarberg.
Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros.
![]() |
Daisy , de Victor Brecheret |
Literatura e poesia
No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas e Mário de Andrade fez uma palestra, chamada de A escrava que não é Isaura, onde
se evocava o "belo horrível" e evocava a necessidade do
abrasileiramento da língua portuguesa e a volta ao nativismo. Contudo,
as maiores emoções ocorrem quando Ronald de Carvalho lê um poema de
Manuel Bandeira, o qual não
comparecera ao teatro por motivos de saúde, estava com tuberculose, Os sapos, gerando várias manifestações manifestação contrárias do público. Trata-se de uma ironia
corrosiva aos parnasianos, que ainda dominavam o gosto do público que reagiu com vaias e gritos interrompendo a sessão.
Entre os escritores encontravam-se: Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX.
Entre os escritores encontravam-se: Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX.
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
'- Meu pai foi à guerra
- Não foi! - Foi! - Não foi!' O sapo-tanoeiro
Parnasiano aguado
Diz: - 'Meu cancioneiro
É bem martelado*.'
Berra o sapo-boi:
'- Meu pai foi à guerra
- Não foi! - Foi! - Não foi!' O sapo-tanoeiro
Parnasiano aguado
Diz: - 'Meu cancioneiro
É bem martelado*.'
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento* sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Frumento* sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinqüenta anos
Que lhe dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma. Clame a sapataria
Em críticas céticas:
'Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...'
Que lhe dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma. Clame a sapataria
Em críticas céticas:
'Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...'
Brada de um assomo
O sapo-tanoeiro:
'A grande arte é como
Lavor de Joalheiro'
O sapo-tanoeiro:
'A grande arte é como
Lavor de Joalheiro'
Urra o sapo-boi:
'- Meu pai foi rei - Foi!
- Não foi! - Foi! - não foi!'
Os sapos, de Manuel Bandeira
'- Meu pai foi rei - Foi!
- Não foi! - Foi! - não foi!'
Os sapos, de Manuel Bandeira
Música
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